12 de junho de 2010

CANDIDATOS A MARCO VALÉRIO



ÉPOCA


O nome do empresário Benedito de Oliveira Neto está associado à frus-trada tentativa de contratação de arapongas por integrantes da equipe de campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Conhecido por Bené, ele atraiu as atenções por ter participado de um encontro para tratar da montagem de um esquema de espionagem na campanha. Se o negócio tivesse sido fechado, ele supostamente assumiria a responsabilidade pelos pagamentos aos arapongas. Aos 34 anos, Bené experimentou uma notável ascensão graças a negócios com o governo Lula. Sua trajetória lembra a do empresário Marcos Valério, o operador do mensalão, o esquema de compra de apoio no Congresso, descoberto em 2005.

O papel reservado a Bené na campanha de Dilma sugere semelhanças com o de Marcos Valério, que operava em situações à margem da contabilidade oficial. Tanto Marcos Valério quanto Bené foram introduzidos no círculo petista por políticos de Minas Gerais. Um dos responsáveis por apresentar Marcos Valério aos líderes petistas, o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG), fez o mesmo por Bené. “Provavelmente, foi o Virgílio quem me apresentou (o Bené) em um desses eventos”, diz Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff. “Ele tem muitos amigos na bancada do PT.” Foi por essa amizade que Bené entrou na campanha. As suspeitas são de que o empresário arcaria com despesas da candidatura. Bené disse a ÉPOCA que nunca participou de campanhas eleitorais. “Eu me vejo vítima de um episódio absurdo e surrealista gerado pelo calor da atual disputa eleitoral”, afirmou.

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